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Mostrando postagens de julho, 2015

Dilúvio Vazio

Ali sentada em seu trono furtado, ela fumava a última centelha de cigarro. Toda brasa aquecia seu abdômen, toda água que caia, levantava as labaredas. Sorrisos vazios ela sentia, o 'não-ser' de sua tristeza, nada lhe dizia. A linda Ana não gostava de sorrir, sempre que estava com medo ou preocupação, ficava em silêncio. As águas de julho caiam como se ainda fossem o "dilúvio bíblico". Ana escrevia, tomava um café e fumava mais uns tantos cigarros. A vizinhança estava silenciosa como se todos dormissem por medo da chuva, mas, ela sabia que era apenas o frio, vertido em um sentimento de preguiça. A pequena Ana não se sentia solitária, mas naquele momento queria ouvir uma risada vazia e ver um olhar perdido. Poderia ser do vizinho, ou até mesmo sua imagem refletida no espelho. Mas...  Sabemos que Ana não sorria.