Pular para o conteúdo principal

Tchai





E mais uma vez, foi Tchaikovsky quem me salvou. Procurei em teus olhos um abrigo, contudo, você fugiu! Eu que pensei em ter você eternamente, descobri, que a eternidade é uma ilusão. Aquela sinfonia de Bach me entristeceu, e aquele perverso niilismo tomou conta de mim. Eu que costumava cantar o amor. Percebi que o mesmo, entristece, machuca, empobrece, e por vezes, nos lança num marasmo sem fim.
A confusão que esse sentimento egoísta causou-me, me levou a crer que eu não sabia do amor.
A confusão me fez odiar Shakespeare, eu vi que aquilo não era amor.
Shakespeare enganou-me por toda adolescência.
Mas conheci Tchai, um homem confuso, viveu sem amores.
E os rumores levaram sua vida...
Mas antes de ir, ele me salvou.
Deixou seu concerto in D Major for violin and orchestra.
Tchai me mostrou que o amor pode ser vivido na música.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

I

Quê procuras? Minha voz. Outrora aguda se expandia dentro de mim e agora se esconde em tua presença. Diante de nós, nestes momentos impertinentes, minha voz fica latente na caverna, ecoa de maneira solitária. Quê é vida consentida? Silêncio. Minha voz não existe. Aprendi que o silêncio é meu melhor. Você "enxerga" todo barulho capaz de deixar meu corpo mudo. Mas, ignoras e adentra um terreno que não foste permitido. Por que não entrar? O incômodo é inconsciente, não sei por qual janela sair. Sempre entrego minhas viagens aos elfos, mas eles parecem não querer. E tu chegas, como um duende do mal e entra sem ser convidado. Será algo mau resolvido em vidas passadas? Não sei. Eu tenho medo de você em alguns momentos. Parece que você me conhece como um artista conhece sua arte. Você me tem nas entrelinhas de suas mãos, porém, não sabe o que fazer. Me diz o que pensas? Não. Você não vai gostar de saber. Eu me calo. Eu aceito. Mas não consenti que &qu

II

Eu estava distante. Vi o futuro numa borra de café. Que diferença faz? O duende está, mas é como se não estivesse. E como se a bruta flor fosse velada pela sobriedade do olhar. Arranca! Tire de ti o pudor. Lança-te no fati . Essa embriaguez não é para ti, nua. Duende perverso, saia pela janela que abri. Foge! Revela a todos a vulnerabilidade. Eu fujo do medo de vê-lo indo. Não me obrigue. Permita-me um último toque. Adeus, disse. Meu maldito e miserável coração profanou. Ele se fez presente na eminência da tua ausência. Nada impediu, largado pela frustração. Abriu a porta. Entrou. Fechando-a... Sorriu contente. Nem saudade sentiu.

Nova Era

Eu vi... Eu vi homens progredindo, vi sua evolução. Zombando da crença, vi sua devoção. Ouvi um zumbido, acho que eram Sapiens . Ouvi dizer que eles evoluíram. Olhei o mundo, do alto de uma montanha. Não havia companhia, nem som. Eu olhei sozinha. Eu olhei... Imersa na intelectualidade profana, vi a evolução. Enxergava um punhado de palavras. Mas, não compreendia nada, que não fosse belo. Escutei um grito, esculpi um riso. Foi tu, que regressasse... Foi tu que progrediu. Já nem sei mais o que falo. Andasse perturbada com o meu olhar. Andei embaraçada com o teu caminhar. Minha flor não me julgue. Essa é a minha vocação. Meu prazer é belo, e contigo compartilharei. Eles evoluíram, já não são Sapiens . Há tempos procurei um nome para o que vi. Mas não encontrei. Tem uma aparência humana, mas falam de algo que não sei. Olhei o mundo, do alto de uma montanha... Os cães ladravam, mas "do nada" falavam.