Disseram-me que o medo nos protege.
Descobri, recentemente, o equívoco dessa afirmativa.
O medo não é uma espécie de proteção. Como pode algo que nos anula nos proteger?
O medo nos expõe, muitas vezes ao ridículo. Ao mais vergonhoso traço de nossa personalidade.
Nunca vi alguém que vive com medo estar livre da humilhação resultante de seus atos.
Nunca senti verdade no olhar de quem tem medo.
Quem tem medo se esconde, pelo risco da vulnerabilidade.
Não insistam em me dizer que o medo nos faz bem.
Não falo daquele medo de percorrer - sozinha - estradas desconhecidas.
Falo desse medo de falar sobre os nossos sentimentos.
Falar do que sentimos, de fato.
É muito difícil, é muito cruel.
Quem quer dizer que transa por desejo, quando só transa por amor?
Nossos jovens são cruéis.
Mataria a alma daquele que assume tal narrativa.
Então, não venham me dizer para não ter medo!
Eu tenho medo!
Sou medrosa mesmo!
Tenho medo de encarar o amor, me camuflo numa postura confusa que não consegue ser lida ou compreendida por ninguém.
Eu só quero ser entendida. Quero que respeitem meu medo.
Hoje...
Eu tenho medo de ser feliz. Mas ainda assim me arriscaria, pois o amor tem dessas coisas, é pular num abismo escuro sem nenhum equipamento de proteção.
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